Campinas, entre a febre e a Fênix, um estudo à “contra pena”

Sem dúvida foi um período trágico, principalmente porque causou milhares de mortes, sendo a absoluta maioria da classe trabalhadora. Também foi um dos momentos mais oportunizados pelas elites econômicas para consolidar projetos que atenderam seus interesses.Existem pesquisas sérias que analisam aspectos importantes desses acontecimentos. Contudo, ainda há muito por ser estudado, em especial no que toca a interpretação de que as crises epidêmicas causaram uma interrupção do processo econômico e político hegemonizado pela elite cafeeira e também a construção de uma memória heróica dessa mesma elite, vinculada ao símbolo da Fênix.Na maioria das publicações, em especial nas efemérides celebradas pela grande mídia, está presente a construção cultural representada pelo símbolo da ave mitológica que renasce das próprias cinzas.Essa construção cultural, como símbolo de Campinas, foi oficializada por iniciativa de um vereador do Partido Conservador, em 30 de dezembro de 1889, pouco tempo após a primeira trágica onda de mortes e dias após a proclamação da República, ou seja, nos dias finais do mandato de um intendente defensor da escravização e do regime monárquico, Ricardo Gumbleton Daunt — médico irlandês que chegou em Campinas em 1842 , um dos mais conservadores e racistas dos edis locais. Por iniciativa desse senhor, foi oficializado o Brasão da cidade, com a imagem idealizada por ele, que traz, ao centro, a figura mitológica da Fênix, coberta por uma coroa imperial, ladeada por uma rama de cana e outra de café, sustentada por uma faixa com a frase em latim, “Labore virtute civitas floret”, em português, “No trabalho e na virtude a cidade floresce”. A frase, lema do Brasão, expressa a perspectiva de uma classe dominante, para qual o trabalhador não existe enquanto sujeito, nem mesmo no seu lugar social imposto pelas estruturas capitalistas. Afinal, o trabalho de quem faz florescer a cidade? Quem determina o que é virtude na cidade?Embora pareça inofensivo e seja desconhecido por grande parcela da população, que pouco ou nada conhece de sua história, o constructo ideológico que sustentou a oficialização deste símbolo continua ativo na dinâmica social da cidade. Para isso, existem os símbolos, para manter e ativar dispositivos ideológicos. Para estudá-los, existe a história à contrapelo, no caso, à “contra pena”.


Interrupção?
Amaral Lapa (1996) foi um dos pesquisadores que primeiro estudou as formas como o capitalismo mostrou sua face modernizante na cidade de Campinas, por meio de capitais acumulados pela exploração da mão de obra escravizada nas produções de açúcar, nos séculos XVII e XVIII, e de café a partir de 1850. Lapa elenca os empreendimentos, realizados, a partir de 1870, e introduzidos pela iniciativa dos cafeicultores para atualizar o instrumental tecnológico, cultural e institucional, dando sequência à acumulação capitalista. Ferrovias, fábricas de máquinas, casas comerciais de importados, iluminação pública, mercado de escravizados, centros de pesquisas, escolas, teatros, jornais, empresas de atração e gestão de mão de obra imigrante, igrejas e hospitais foram instalados com investimentos de grupos privados e associados pelo interesse da expansão de seus negócios e pela manutenção de seu status quo. Esses grupos sempre foram validados e impulsionados pelo Estado monárquico e, por óbvio, direcionados a fortalecer as bases de produção capitalista.As principais iniciativas abraçadas pela elite cafeeira voltaram-se para segmentos da economia com grande capacidade de ampliar seu poder econômico e político. Portanto, o caráter modernizante e empreendedor do baronato cafeeiro nada mais foi que um impulso intrínseco à própria natureza do sistema capitalista.Publicações acadêmicas e memorialistas, sob orientações teóricas e metodológicas variadas, qualificam as ondas epidêmicas do século XIX como acontecimentos que mudaram a história política e econômica da cidade, devido ao impacto em sua economia e ao desgaste de sua força política no cenário nacional. Impacto apresentado, por muitas vezes, como o fator que impediu a cidade de ser a capital do Estado de São Paulo. Mesmo um autor, como Amaral Lapa, que produziu trabalhos críticos sobre as forças econômicas que moldaram um ideário modernista para Campinas, incorporou a tese do propalado impacto e afirmou que as epidemias foram determinantes:
“não apenas para interromper o seu processo de modernização que vimos estudando como dar em resultado políticas públicas de saneamento, higiene e saúde pública, com mudanças permanentes na vida urbana, que afetarão toda a população e implicará decisivas intervenções cirúrgicas na estrutura e morfologia de Campinas” (LAPA, p. 259, 1996).
Nesse ponto, discordo do professor Lapa. As citadas políticas públicas de saneamento e suas intervenções cirúrgicas não ocorreram após ou devido a uma suposta interrupção do processo de modernização. Em meio as epidemias, os capitalistas hegemonizaram o debate sanitário e conduziram os investimentos públicos para dentro da geografia de seus interesses. O processo de ampliação da atuação capitalista dos barões nunca foi interrompido, as “decisivas intervenções cirúrgicas na estrutura e morfologia de Campinas”  foram parte da continuidade e consolidação desse processo.

Sem dúvida a classe trabalhadora e os pequenos e médios comerciantes sofreram os impactos da crise sanitária, aumentou o número de viúvas, órfãos, idosos desamparados e adultos desempregados. Também pequenas lojas e fábricas encerraram as atividades. Porém, a afirmação de uma interrupção do processo de desenvolvimento econômico e um entrave à ampliação do poder político da elite local no cenário nacional é uma construção narrativa que necessita ser problematizada. Parte significativa dessa construção está iconicamente escrita na figura da Fênix. A quem tal idéia vem servindo? Indiscutivelmente houve um impacto brutal sobre a classe trabalhadora, com a perda de milhares de vidas e a fome que abateu imigrantes proletários e negros recém-saídos das senzalas. Para esses grupos sociais, não foi uma interrupção, foi um massacre. O número de mortos indica a proporção da crise sanitária, os dados de 1889 variam entre 2.500 mortes e 1.200 apenas no breve período entre fevereiro de junho. Sem dúvida, até agora, este é um dos acontecimentos mais tristes da história da classe trabalhadora na cidade. Em Campinas, como em outras cidades de similar porte e desenho social, havia registros de surtos de cólera e varíola desde a década de 1830. Na década de 1880 a febre amarela já havia feito centenas de mortes em Santos, mas nenhuma providência foi tomada em Campinas.A febre amarela chegou com força epidêmica na cidade no momento em que os capitalistas festejavam seu sucesso com as novas atuações empresariais e debatiam os rumos de sua atuação política econômica, ou seja, os limites econômicos do modelo escravagista e os entraves políticos do regime monárquico. Campinas foi um dos principais celeiros de debates e experimentações da elite diante de suas necessidades de atualização das formas de acumulação do capital, já híbrido das dinâmicas agrárias/industriais. Atrair pobres para o trabalho em fábricas, ferrovias e lavouras foi mais um empreendimento empresarial, sem nenhuma preocupação com as condições mínimas de salubridade e moradia. Quando as consequências da expansão do sistema capitalista chegaram no tecido urbano, nos momentos iniciais da primeira onda epidêmica, em 1889, a imensa maioria da burguesia buscou refúgio em suas fazendas, retirando-se da área urbana, mas nunca abandonou a cena política.Durante a primeira crise sanitária, em uma das vezes que a imprensa deu voz à urgência dos empresários em retomarem seus negócios, registrou também o fosso exposto entre as classes:

“[…] as classes abastadas abandonaram, é certo, os seus interesses, abrem forçadas e brusca solução de continuidade à sua atividade, mas refugiam-se, e longe dos focos pestíferos conseguem ao menos defender a vida. […] Mas os pobres, os miseráveis, vivem só quando trabalham […]. Quando os ricos se retiram, os pobres ficam sem trabalho” ( Diário de Campinas, 05 de abril de 1889, apud LIMA, p 139, 2017)- (grifos meus)

Amaral Lapa descreve a Campinas deste período como “duas cidades” totalmente distintas (LAPA, p. 123, 1996) ; eu prefiro usar a denominação classes sociais, situadas em pólos opostos de uma mesma cidade urdida pelo sistema capitalista. Embora separadas por um grande fosso político-social, estavam conectadas pela relação de exploração que alimenta o sistema e demarca os espaços urbanos. Quando chegou a primeira onda epidêmica, esse fosso explicitou-se de forma inescondível, então, gerenciar de forma mais organizada a subordinação dos explorados passou a ser uma condição urgente à sobrevivência dos exploradores.Não há precisão nos dados, mas diversas pesquisas indicam que, em 1889, entre a área rural e a urbana, Campinas contava com cerca de 45.000 habitantes. A estimativa é a de que, no centro urbano, viviam cerca de 20.000, e mais de dois terços desses indivíduos deixaram a cidade nos primeiros dias de março. Até mesmo a Câmara Municipal deixou de funcionar em 11 de março e só retornou em 30 de abril em uma casa particular em Valinhos. Ficaram na cidade alguns membros da igreja, pouquíssimos médicos e farmacêuticos, alguns intendentes, os donos de um dos jornais, mas, a maioria era proletários, composta por negros e por imigrantes, dentre os quais trabalhavam como ferroviários, carroceiros, carteiros, coveiros, gráficos e serviçais em clínicas e hospitais.Com a maioria das casas fechadas, a proliferação do desconhecido agente transmissor acelerou. O crescimento da curva de letalidade foi rápido — somente em abril, foram 880 mortes –, gerando um caos no já precário serviço público de sepultamento. A maioria dos óbitos notificados era de trabalhadores urbanos, sendo 460 imigrantes italianos recém-chegados.A onda de morte aumentou a pobreza. Os governos, imperial, provincial e municipal nunca tiveram como propósito lidar com uma massa de pobres, que já se avolumavam nos centros urbanos, de outra forma que não pela absoluta submissão, com ação domesticadora das “escolas do povo”, da punição higienista e da criminalização da pobreza e da cor da pele. É necessário lembrar que as preocupações com a ordenação do espaço público e com o controle sobre as classes trabalhadoras no perímetro urbano já estavam em curso na cidade sob diversas iniciativas desde o início da década de 1880 (LAPA, 1996; MARTINS, p. 72, 2009). Com a epidemia, tais práticas ganharam centralidade política, justificativas técnicas e narrativas humanitárias. Também, a gestão da morte mostrou-se tão injusta e desigual quanto a gestão da vida. Os mais pobres morriam sem nenhuma assistência, ficando seus corpos abandonados à mercê do improviso de outros pobres (LAPA, p. 335, 1996) .Morrer em Campinas custava 4$000 réis para crianças e 5$000 para adultos. Apesar de ser obrigatória a identificação do morto e da causa da morte, durante a epidemia, não era incomum que corpos fossem abandonados sem identificação em adiantado estado de decomposição o que impedia gestão básica de dados (LAPA, p. 334, 1996).É dedutível a impossibilidade para inúmeras famílias proletárias, acometidas pela febre e pela fome, de gerenciar sepultamentos e arcar com os custos das regras de uma civilidade fúnebre de um modelo de sociedade no qual nunca tiveram nem ao menos suas necessidades vitais minimamente atendidas.Ainda hoje, há uma difusa (silenciada?)memória social na cidade sobre locais de sepultamentos irregulares, uma cicatriz cultural que ainda não foi devida estudada como matéria documental. Vários autores indicam a precariedade da estrutura municipal para dar conta dos sepultamentos e da existência de locais improvisados como cemitérios. A imprensa e as atas da câmara registram reclamações e apelos por providências para punir os recorrentes abandonos de corpos nas ruas.Diante de uma população desamparada e desorientada, membros da igreja clamavam pela ação do governo, pois ficou para eles gerenciar o que as famílias de bem haviam abandonado à própria sorte:

“Sabemos que a situação das classes proletárias em campinas é extremamente desoladora […] Pois então haverá alguém bastante crente que julgue o atual governo capaz de tornar a sério as necessidades do povo? [..] O pobre não tem direito a vida” (Diário de Campinas, 03 de abril de 1889, apud LIMA, p. 133,134, 2017).

Também ficou registrada na imprensa a indiferença da maioria dos abastados:

“E seja dito com toda a franqueza, rudemente e sem atender a preconceitos, a população de Campinas, salvo honrosas exceções, tem-se mostrado de um egoísmo pouco recomendável, de um indiferentismo pouco humano em praticar a caridade” (Diário de Campinas, 03 de abril de 1889, apud LIMA, p. 121, 2017).

Igreja e imprensa encabeçaram a arrecadação e o fornecimento de alimentos às famílias pobres, com iniciativas como a Sociedade Protetora dos Pobres e a Cruz Verde. Tais entidades rapidamente foram convertidas em instituições para a gestão dos destinos dos órfãos, em regime de internato em centros de formação de mão de obra sob orientação altamente autoritária e domesticadora (ROCHA, p.131–132, 2005).

Não houve descontinuidade da política econômica capiatlista e e o consequente aumento dos conflitos sociais e da pobreza
Para salvar sua pele, a burguesia deixou a área urbana, mas não a política. Na cena local e na nacional certamente não houve interrupção do projeto político e da influência do núcleo em torno do Clube Republicano de Campinas. Logo no início da República, durante a primeira crise sanitária, dois de seus maiores expoentes foram alçados ao ministério: Francisco Glicério ocupou a pasta da Agricultura e Campos Salles, a da Justiça. Campos Salles ainda fez carreira meteórica no executivo, em 1896, eleito Presidente da Província de São Paulo e, em 1898, Presidente da República (GALDINO, p. 250, 2006).Esse protagonismo político consolidou um conjunto de apoios e subsídios para empreendimentos que já estavam entre os planejados pelos capitalistas locais, décadas antes das epidemias — o maior exemplo foi Companhia Campineira de Água e Esgoto, como analisa Santos, em:

22 de janeiro de 1880 [ foi criada] Associação das Obras Hidráulicas e Melhoramentos da Cidade de Campinas, com o objetivo de estabelecer nesta cidade o seu primeiro sistema completo de saneamento básico composto de rede de águas e esgotos. Faziam parte desta proposta de organização empresarial personalidade locais lideradas por Antônio Francisco de Paula Souza, tais como o importante republicano Francisco Glicério de Cerqueira Leite, os engenheiros João Pinto Gonçalves, Luiz Augusto Pinto e os denominados capitalista Benedito Antonio da Silva, Luiz Quirino dos Santos e Próspero Belinfante” (SANTOS, p. 165, 2002)

Sobre a planta aprovada, Santos conclui:
A leitura dos cortes longitudinais constantes nos desenhos deste plano de água de Campinas, como também da planta da Chácara do Paraíso, ambos de autoria do engenheiro fundador da Escola Politécnica de São Paulo, permite análises interessantes. A planta da fazenda de Antonio Manoel Proença, mesmo desenhada em outra escala, adapta-se aos cortes longitudinais da cidade que atravessam as fazendas vizinhas das famílias Bento Quirino dos Santos , Abreu Soares e Souza Aranha, fazendeiros próximos do perímetro urbano e, como observamos, vizinhos e capitalistas locais. Portanto, nestes cortes e plantas, podemos analisar o jogo de interesses privados na urbanização capitalista da cidade, naquele final de século”. (SANTOS, p. 175, 2002).

Como citado anteriormente, a Câmara Municipal ficou sem funcionar entre 11 de março e 30 de abril de 1889, data em que voltou a se reunir para aprovar verbas para a concessão da construção e exploração dos serviços à Companhia Campineira de Águas e Esgoto. Sem dúvida tal serviço de saneamento básico é vital para saúde pública, contudo, os meandros da constituição dessa empresa e a oportunidade que a epidemia ofereceu a seus consorciados, para realização de um antigo projeto que atendia seus interesses capitalistas, é tema que demanda um outro texto mais detalhado.É preciso dizer que alguns nomes abastados constam na lista de óbitos, a maioria deles está também na lista dos homenageados com nomes de ruas e praças. A febre atingiu algumas famílias abastadas, mas não interrompeu seus projetos enquanto classe.Agricultura, indústria, imigração, construção de casas operárias, obras públicas, gestão de serviços urbanos, educação, cultura e comunicação, todas essas áreas foram alvos da atuação capitalista de grupos familiares que se enraizaram no poder, nas palavras de Magalhães (2005), “as parentalhas” que até a década de 1920 se mantiveram no poder político e a frente de múltiplos investimentos econômicos e culturais. Como Magalhães, também Galdino (2006), Rocha (2005) e Vilella (2011), entre outros, apontam essas iniciativas como conduzidas pela mão da maçonaria — a Loja Independência foi uma das primeiras instituições criadas pela nascente força da cafeicultura campineira, em 1867.


Não houve prejuízo à imigração, mas sim houve aumento da exploração
A transição para a mão de obra assalariada, que já estava em curso, manteve-se e foi ainda mais impulsionada com recurso de governos republicanos.No que toca o número de braços para o trabalho assalariado, as epidemias também não causaram retrocesso nos interesses dos capitalistas. Uma das preocupações dos capitalistas ao abafar as notícias sobre as condições sanitárias da cidade era a atração de proletários estrangeiros para trabalhar nas lavouras e fábricas. Uma das ações para afabar a gravidade da epidemia foi a produção de instrumentos de propaganda, em várias línguas, para divulgar na Europa o que afirmam ser um rígido controle sanitário que os órgãos públicos realizavam para erradicar a febre, visando a atração de mão de obra imigrante.Nesse ponto, a análise dos dados das décadas seguintes mostram a rápida recomposição do fluxo migratórios e a manutenção da tendência de crescimento populacional, estudos demográficos apontam que a projeção de crescimento da população para o período não sofreu descontinuidade. Em 1895, a população estimada de Campinas era de 51.636 indivíduos e em 1929 era de 120.005, com base nesses dados Bassanesi e Cunha afirmam “as epidemias, pelo que tudo indica, não conseguiram alterar a tendência de crescimento populacional do período, pois o movimento migratório e a taxa de natalidade mantiveram-se altos” ( BASSANEZI, E CUNHA, p. 22–23, 2019). Ou seja, mesmo sob surtos epidêmicos de febre amarela entre 1889 e 1897 a populacional da cidade continuou ascendente, em muito incrementada pelas levas de imigrantes.Nessa toada, na mesma medida em que determinava padrões higienistas e normas técnicas de construção, a expansão capitalista impunha à classe trabalhadora o modelo de moradia operária das vilas controladas e mercantilizadas pelos patrões, assim como, também, continuava a empurrar para territórios insalubres grande parcela da população proletária, em maioria de origem negra.


Houve racismo, discriminação e silenciamento
O trato com a população negra durante as crises sanitárias do final do século XIX é um assunto sobre o qual ainda está por ser feita uma investigação a contento. A forma como o baronato, incluindo o núcleo republicano campineiro, lidou com o tema da presença dos negros, especialmente nas áreas urbanas, no período pré e pós abolição sempre deixou evidente as práticas racistas da elite local.No início da década de 1880, para grande parte dos fazendeiros de Campinas, o negro passou a ser um peso e um mau negócio. Após a lei de proibição do tráfico internacional (1850), as cobranças de impostos do comércio interno entre estados (1881), o imposto municipal sobre a averbação de escravizados (1886), as medidas de saúde pública que exigiam a vacinação dos escravizados (1823) a cargo dos fazendeiros, o custo de manutenção desse tipo de mão de obra passou ser reavaliado pelos cafeicultores paulistas. Para a classe política dirigente, os cafeicultores, os negros tornaram-se “mais um espantalho que um auxílio” (Gazeta de Campinas, 8 de janeiro de 1885 apud BIANCONI, p. 48, 2002).Espantalho, significativa alusão à desumanização do trabalhador negro e ao medo das suas justas revoltas! Medo do que um contingente de seres humanos, há séculos explorados pelas relações de poder, poderiam fazer na luta por sua dignidade.Os cafeicultores exigiram que o Estado encontrasse a melhor solução que garantisse sua lucratividade e segurança, portanto, começa a ocorrer uma mudança no padrão de investimentos com a transferência de investimentos anteriormente alocados em aquisição e manutenção de escravizados “para ativos financeiros, estoques e cotas de capital social de empresas bancárias, ferrovias, industriais e comerciais” (ABRAHÃO,p.90, 2019).No momento de expansão do sistema capitalista, Campinas foi uma das primeiras cidades a receber imigrantes e a experienciar a transição do sistema de mão de obra escravista para a assalariada.Nas décadas de 1870 e 1880, informa Abrahão que, devido a opção de substituição paulatina do sistema de mão de obra, a convivência entre escravizados e colonos elevou a tensão na área rural, tanto por parte dos negros que intensificaram as tentativas de resistência em defesa de suas vidas por meio de fugas e embates corporais, como também a repressão por parte de capatazes e senhores, incluive com assassinatos de escravizados com brutalidades espetaculares, visando coibir iniciativas de revoltas (ABRAHÃO, p 41,42, p. 2019).No final da década de 1880, a população negra era aproximadamente 20% do total de habitantes (entre rural e urbana), mas, na cadeia local, os negros eram 50% dos encarcerados. Não era incomum o aproveitamento do trabalho de apenados pelo poder municipal nos casos de pequenos delitos, quando, além de submetidos aos açoites, os negros recebiam, como punições, trabalhos forçados nos serviços de manutenção das vias e prédios públicos. Também havia certa instrumentalização nas concessões de alforrias que, na realidade mantinham, sob dissimulação, vínculos opressivos de exploração da mão de obra negra “liberta” (PEDRO, 2002).Nesse processo, no centro urbano de Campinas, gradativamente aumentava o número de negros não escravizados (alforriados, semi-alforriados ou abandonados) que, em condições de extrema vulnerabilidade, buscavam a sobrevivência em trabalhos sub remunerados e sazonais ( LAPA, p. 247, 1996).A desumanização do corpo negro como mero instrumento de lucro, como “peças fortes e produtivas” — argumentação por séculos usada para sua coisificação mercantil — divergia da presença de uma massa humana faminta, adoecida e deixada à própria sorte pelos becos e cortiços da cidade, mesmo no período pré abolição. Sobre o negro na vida urbana, Maciel (1985) analisa que a gestão da pobreza urbana passou a ser tema de discussões na imprensa, sempre sob a ótica da criminalização do indivíduo pobre, em especial dos negros. A sujeição física, social, econômica e moral da população de negra se deu também pela via da ação policial e sanitária. A cólera, varíola e febre amarela eram identificadas como moléstias que acometem “as classes baixas, e a gente de cor” (LAPA, 1996).No momento em que a epidemia se instalou, recaia sobre a população negra dois estigmas aparentemente contraditórios: de um lado ser foco principal de disseminação das doenças e, de outro, ter atributos fisiológicos que os faziam imunes à letalidade das pestes. Aparentemente contraditórios, ambos são intentos de aniquilação do negro como ser humano e como sujeito social merecedor de atenção das instituições públicas.Sobre os números de vidas perdidas no período, 1889–1897, um traço comum nas publicações, acadêmicas e memorialísticas é a menção a lacunas nos registros oficiais, principalmente dos hospitais barracas temporários instalados em períodos críticos. Albino, em pesquisa ampla sobre doenças e demografia, destaca a ausência de dados dos hospitais, em especial dos temporários (ALBINO, 2020).Assim como não há exatidão quanto ao número geral de mortos, não há registros precisos sobre a porcentagem da população negra entre os óbitos nas ondas epidêmicas do final do século XIX. Essa falta de informações levou às formulações discursivas que os negros eram imunes à letalidade da doença. A ausência de dados foi traduzida como constatação da inexistência de número significativo de óbitos de pessoas negras, criando assim um oportuno falseamento sobre o assunto. O que parece necessário indagar é se o número reduzido de registros de mortes de negros pode ser lido como uma indicação do descaso dos agentes oficiais com a situação dos corpos negros, vivos ou mortos. Em meio à desordem das regras mínimas de gestão da morte, quem pagaria pelo enterro de seres humanos tratados como “espantalhos”?Assim, urge indagar sobre a conveniência para o governo municipal da não notificação de parte dos óbitos, induzindo assim uma falsa quantificação da letalidade entre a população negra e também na quantificação geral. Tais procedimentos de ocultação intencional e manipulação por parte dos agentes do Estado de dados sobre a morte de populações oprimidas são práticas conhecidas em outros momentos de crise sanitárias e conflitos de classe.A vida, a morte e a memória de negros nas epidemias de febre amarela em Campinas não foram ainda totalmente analisadas. Embora exista uma produção comprometida com a denúncia do racismo e da violência sofrida pelos negros no período, a história da febre amarela em Campinas ainda aguarda um estudo mais aprofundado e que se dedique com afinco às fontes documentais não sujeitas aos filtros das institucionalidades burguesas reguladoras da vida, da morte e da memória. Sobre as lutas e resistências dos negros em Campinas, pesquisas como as de Giesbrecht (2012), Maciel (1985), Martins (2017), Pedro (2002) e Oliveira (2016), entre outros, estão na trilha dessa perspectiva, contudo, destaco que se faz necessário um estudo que busque respostas para o vazio de informações sobre a população negra nesses momentos de crise sanitária.


No conjunto da obra: muita celebração seletiva e negação das razões sistêmicas
A maioria das narrativas apresenta como duas ondas epidêmicas distintas, a de 1889 e a de 1890. Uma das exceções é o trabalho de Silva (2012). Concordo com a observação deste pesquisador, tratou-se de uma ocorrência epidêmica que se estendeu no biênio, em várias fases. Penso ser possível também estender essa problematização não apenas para esse biênio, mas para todas as datações das várias epidemias desse período, tendo em vista que as ocorrências de 1889 a 1897, foram todas decorrentes de fatores estruturais do sistema capitalista: deslocamentos de massas de proletários, sob condições insalubres de transporte, habitação e remuneração, com os respectivos impactos nos espaços urbanos.Não vou me aprofundar no tema das divergências sobre o conhecimento médico do período, mas é importante observar que a pesquisa do Dr. Carlos Juan Finlay, médico cubano, desde 1881 havia identificado o mosquito como agente transmissor, porém, só foi reconhecida pela comunidade médica internacional no início do século XX. No geral, as teorias médicas para o tratamento estavam longe de incidir sobre as causas sistêmicas. Miasmas, focos de água, insalubridades em geral eram identificados como causas da enfermidade, mas, as medidas sanitárias eram aplicadas sob a ótica da culpabilização do pobre e não das causas da pobreza. As causas sistêmicas nunca foram abordadas, pelo contrário.No período que focamos, o que imperou no Brasil e fortemente em Campinas, foram teorias sanitárias que se coadunam com a contratação de empresas para obras em espaços públicos e privados ( KROGH, 2012).

No quadro acima (apud Ribeiro, 2017) elaborado com os dados conhecidos de óbitos do período 1889–1897, é possível algumas observações. A mais explícita é a ocorrência de um período longo, com ciclos de picos epidêmicos entremeados por períodos em que não há registros ou informações sobre o número significativo de adoecimentos e falecimentos.A dinâmica cíclica dos picos de óbitos possibilita compreender que houve um período epidêmico de cerca de nove anos, com registros oficiais de três crises sanitárias mais intensas, cada uma com perfil próprio, mas todas causadas pelas condições desiguais da sociedade capitalista. A primeira, a de maior letalidade, ocorreu entre fevereiro de 1889 e junho de 1890; a segunda em 1892 e a terceira entre o início de 1895 e meados de 1897, sendo 1896 o ápice da crise. A ausência de dados sobre 1893 e 1894, suscitam dúvidas sobre como o assunto foi documentado nesse período.Ainda quanto à cronologia das ocorrências e suas celebrações, há alguns aspectos que devem ser sublinhados. O primeiro é a pressa dos gestores de cada período em demarcar o fim de cada crise e realizar celebrações da retomada da normalidade.Um texto publicado no Diário de Campina, 07 de outubro de 1890, explicita a apressada declaração da volta à normalidade e celebra o novo ciclo de “iniciativas, fontes de riquezas e properidade” dirigido pelo capital imobiliário e sob a atuação de empresas construtoras:


Campinas vai renascendo notoriamente (…) E uma nova energia, uma nova força vai desentorpecendo o seu organismo abatido e enchendo os ares dos alegres ruídos de um trabalho ativo que comunica aos espirito uma rigidez sadia de atleta,confinado na própria musculatura férrea. Uma das provas evidentes de progresso vertiginoso desta cidade temo-la nos acréscimos de preço que tem adquiro dos terrenos ultimamente, com especialidade as o bairro Guanabara e a grande procura deles, apesar da elevação do preço. Outro fato que indica nos campineiros a mesma coragem de outros tempos, o mesmo espírito de iniciativa, está nas organizações das companhias que se tem dado de certo tempo a esta parte, alguma das quais por si só constitui uma fonte de riqueza para o município. A companhia Construtora só por si já representa um grande passo para a prosperidade de campinas, visando, como visa a construção de novos prédios e a reconstrução dos velhos. ( apud LIMA, 2014, v.2. p.402)


Um segundo aspecto é a celebração efusiva da superação total das causas da crise. O símbolo da Fênix foi criado com esse objetivo, num momento em que as preocupações deveriam se voltar ao enfrentamento efetivo das causas reais da epidemia. A escolha, no entanto, foi fazer um jantar festivo em homenagem aos beneméritos e tentar abafar o assunto, uma decisão que, no mínimo, pode ser qualificada como negacionista, ou seja, desconsideração, intencional ou não, dos reais condicionantes sistêmicos da crise sanitária.A preocupação da burguesia era garantir a continuidade da vinda de imigrantes, pois, na realidade, sem trabalhador não há produção de riqueza. Nesse ponto, o imediatismo capitalista não poupou vidas, como dito no artigo publicado em 1889, para a elite pobres “vivem só quando trabalham”.Sobre o fluxo migratório, informa Souza (2006. p. 90) que, em 1895, “entrou em São Paulo o maior número de imigrantes do final do século XIX”. A emulação à vinda de mais imigrantes sujeitados às condições insalubres das cidades capitalistas acelerou os picos epidêmicos, pois, sob o capital não há como equacionar saúde pública com a existência de um contingente de pessoas em subcondições de vida para serem obrigadas a vender sua força de trabalho.Parte significativa da narrativa oficial, assumida por muitos dos cronistas do tema, tratou cada pico epidêmico como uma ocorrência descontinuada das demais. Também são conhecidas as tentativas negacionistas, com a dissimulação e o abafamento de novas ocorrências. As reincidências de casos foram abafadas pela imprensa e uma significativa produção iconográfica foi realizada para apagar os vestígios das crises (FARDIN, 2001).

Esta foto com identificação de datação entre 1896 e 1906, está publicada em livros e jornais que tratam do tema, o original da imagem pertence a coleção Museu da Imagem e do Som — Campinas, mas existem reproduções na Coleção Maria Luiza Pinto de Moura na coleção Geraldo Sesso Jr — CMU — Unicamp. É a única que registra explicitamente a crise sanitária entre 1889 e 1897, é uma documentação visual das políticas de higienização. Nenhuma outra imagem relativa ao assunto foi realizada? Essa é uma das questões que permanecem por pesquisar (FARDIN, p. 49, 2001).O Jornal “Cidade de Campinas”, de 06 de fevereiro de 1900, em seu editorial intitulado “A febre amarela e a Gazeta do Povo” deixa registrado o desconforto da imprensa local na divulgação dos fatos relativos às recentes epidemias. O artigo registra a divergência entre a “Gazeta de Campinas” e o jornal “Cidade de Campinas” sobre a divulgação de dois supostos casos de febre amarela; o jornalista conclui que os dois casos foram de “mau de sião” e ainda afirma: 


E a prova de que andamos bem é que ahi está a população convencida do excelente estado sanitário e tão cheia de esperanças que de nada valem os reclamos dos informes oficiais” (Apud FARDIN, p. 50, 2001).

Ainda um terceiro aspecto, o caráter classista e racista das celebrações de memória produzidas pelos gestores e intelectuais sob a égide do capital, já em 1889.Se há dúvidas na quantificação dos mortos, o certo é que houve uma significativa produção de seletivas homenagens. Logo nos meses seguintes a primeira onda, várias placas honoríficas e monumentos foram criados para homenagear beneméritos, médicos, comerciantes, industriais, jornalistas, governantes e religiosos. Sem dúvidas, entre esses, há os dignos merecedores, contudo, as ações de memória tiveram funções políticas: abafar as dimensões reais da crise para evitar que os interesses empresariais sofressem descontinuidades e promover celebrações de nomes de empresários republicanos maçons como os salvadores da cidade. Enraizar seu poder no mapa do centro urbano, com nomes de ruas e praças, foi uma das estratégias de memória da elite (VILLELA, 2008). Ainda hoje permanece explicitada no traçado do centro urbano a expertise da elite do final do Século XIX em ocupar o espaço mais nome do momento, como um grande livro de sua autocelebração.No mapa das celebrações, uma outra óbvia questão: quem trabalhava nas funções elementares básicas de enfrentamento à epidemia? Faxineiras, cozinheiros, lavadeiras, coletores de dejetos, cocheiros, entregadores de víveres, enfim, as funções essenciais em palacetes, hospitais, clínicas médicas, farmácias, jornais, repartições públicas, etc. Entre esses não ocorreu nenhuma atuação digna de homenagem? Nenhum óbito de negro entre os que atuaram no apoio aos enfermos?Se ainda não há dados que comprovem que o mesmo tenha acontecido na vida material, na esfera das celebrações oficiais, os pobres, em especial os negros, certamente foram para a vala comum da história contada pelos barões e seus asseclas.

Mapa do centro urbano de Campinas — 1900. As denominações das ruas centrais foram modificadas, entre 1889 e 1897, para celebrar as memórias de membros da elite econômica. O Brasão (no canto superior esquerdo) pela primeira vez inserido em um mapa odicial da cidade. Acervo CMU.

Nesse contexto, o Brasão com a imagem da Fênix foi criado, seu percurso nos usos celebrativos da institucionalidade e dos meios de comunicação e cultura teve oscilações e sua inserção mais enfática nas celebrações deu-se na década de 1970, em plena ditadura militar. Foi neste período de conflitos sociais acirrados que o tema da superação da epidemia de febre amarela passou ser mais efusivamente revisitado, exatamente quando novas levas de pobres chegaram a cidade e, devido às condições estruturais do capitalismo, passaram a ampliar os espaços habitacionais sem condições de salubridade. E passaram também a organizar formas coletivas de superar essas condições, cujo um dos exemplos é o movimento Assembleia do Povo (LOPES, 1988), mas, esse é um dos temas que também merece textos específicos e mais aprofundados.Sob vários aspectos, a crise atual não é idêntica àquela do final do século XIX, situam-se em etapas distintas da sociedade capitalista, mas ambas têm os mesmos fundamentos de origem: fazem parte das crises sistêmicas do capitalismo, portanto, não são oriundas de causas sanitárias, apenas.O agente transmissor, seja vírus, bactérias, verme, o que for, causa a enfermidade; epidemias e pandemias são causadas pelas estruturas sociais, ou seja, o fator determinante é o sistema que organiza como as sociedades se estruturam para cuidar ou não da vida de todas as pessoas.Como todo símbolo, o escolhido pela elite econômica campineira para celebrar a suposta superação da crise sanitária de 1889, também tem sua concretude em verdades e invenções. A imagem da ave mítica no Brasão campineiro exemplifica os ardis que a classe dominate empreende para impulsionar seus voos de rapina, mesmo em meio às tragédias de grandes proporções. Assim, como também é um exemplo da farsa da superação real das causas das crises sanitárias de 1889, 1890, 1892, 1896, 1897, 1918 e todas as outras, incluindo a atual.Portanto, hoje, assim como no passado, é preciso lembrar que o símbolo criado pela elite econômica — na pessoa de um escravocrata convicto — com a imagem emotiva de uma ave que magicamente renasce das cinzas para superar suas crises, é uma construção política que vêm atendendo aos interesses de poder da classe dominante no sistema capitalista. Por isso mesmo, sua história deve ser analisada à contra pena e com a inquietação do poeta que diz: “pergunte sempre a uma idéia, a quem serves?”

“Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.”

(Bertolt Brecht).

FONTES E CITAÇÕES

Sobre o Brasão verm <http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/simbolos_municipais/brasao.php>

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Published by soapfardin

minha arma é o que a memória guarda

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